De um deputado federal em 2014 para 52 em 2018. O PSL foi o partido mais beneficiado com a onda Jair Bolsonaro que tomou conta do país. O capitão da reserva, ex-filiado ao PP, conseguiu eleger deputados e senadores por todo o país. Além de sair vitorioso em 17 estados brasileiros. Já o PT, mesmo com queda em relação a quantidade de deputados de 2014 (70 eleitos), ficou com a maior bancada da Câmara dos Deputados com 56 representantes. A eleição ainda demonstrou uma forte fragmentação das legendas e derretimento do PSDB.
Não foram apenas os 49.275.358 de votos que confirmaram a força do candidato do PSL. Com seu apoio, governadores de outros partidos, senadores e deputados federais e estaduais foram eleitos com recordes de voto. Em São Paulo, Major Olimpio (PSL) foi eleito com 25,81% dos votos. O estado deixou de fora Eduardo Suplicy. O partido do candidato de extrema direita ainda elegeu para deputada estadual em primeiro lugar Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment de Dilma, com 9,88. Em âmbito federal, Eduardo Bolsonaro com 8,74%, o que representa 1.843.735 de votos, ficou em primeiro, seguido pela blogueira Joice Hasselmann, com 5,11%, representando 1.078.666 dos votos. São Paulo ainda elegeu Alexandre Frota.
No Rio de Janeiro, Bolsonaro elegeu outro filho, mas para senador. Flávio Bolsonaro cravou 31,36% dos votos, atingindo 4.380.418 de eleitores. O candidato ao governo apoiado por ele, Wilson Witzel (PSC), surpreendeu e passou para o segundo turno. O PSL ainda teve os dois candidatos mais votados para deputado estadual, Rodrigo Amorim, e federal, Luiz Lima.
Aliás, ficar em primeiro lugar entre os deputados foi uma tônica do PSL. No Paraná, o Delegado Francischini fez 427 mil votos para deputado estadual. Já seu filho, Felipe Francischini fez 241 mil votos, sendo o segundo mais votado para federal. Esse é o seu segundo emprego na vida. O primeiro foi como deputado estadual a partir de 2014. No Rio Grande do Sul, o PSL ficou em primeiro para deputado (Tenente Coronel Zucco), mas não elegeu deputado federal entre os 10 primeiros.
Gleisi Hoffmann. Foto: Gibran Mendes
PT ainda tem força
Embora o PSL tenha sido um sucesso eleitoral, o PT conseguiu ser o partido com mais deputados federais. São 56 contra 52 do PSL. O Partido dos Trabalhadores conseguiu eleger sua presidente nacional, Gleisi Hoffmann, no Paraná, com 212 mil votos e a terceira colocação no estado. Nesse estado, dos dez deputados estaduais mais bem votados, dois são do partido (Professor Lemos e Tadeu Veneri). Já no Rio Grande do Sul, dos 10 deputados federais mais votados, três são do partido: Paulo Pimenta, Marcon e Henrique Fontana. A bancada gaúcha no congresso nacional será de 8 dos 55 deputados federais. O partido ainda teve deputados federais em primeiro lugar em Amazonas e Piauí.
PSDB afunda
Na composição do congresso nacional, o MDB, que tinha 66 deputados federais eleitos em 2014, caiu pela metade (33) ficando com a quarta maior bancada. O PP, que tinha 36 em 2014 e chegou a 50 deputados com as transferência, recuou para 37. Já o PSDB, que tinha 53 deputados, recuou para 29, ficando com a nova maior bancada. O partido ainda viu quadros importantes sendo derrotados (como o PT com Dilma e Eduardo Suplicy) e diminuição de bancada no senado. O ex-governador Beto Richa ficou em sexto com apenas 3,73% dos votos, no Paraná. Se os tucanos elegeram Mara Gabrilli por São Paulo e Ricardo Cunha por Alagoas, perderam Ricardo Ferraço no Espírito Santo. No Rio de Janeiro, Aspasia fez 1,78% dos votos. O partido caiu de 12 para 8 cadeiras (pode cair para 7, caso Anastasia seja eleito em Minas).
Fragmentação eleitoral
O Brasil tem agora 30 partidos com representação na Câmara dos Deputados. Atualmente eram 25 partidos. Entre as novidades, o Partido Novo, com 8 deputados. Nas eleições de 2014, eram 28 partidos. Em 2010, 22 siglas. Em 2006, 21. Em 2002, 19. Em 1998, 18.
