Paranaenses quase não elegem mulheres para representá-los

Crescimento foi tímido e apenas 8% ocupam cadeiras na Alep e 15% na Câmara dos Deputados





Ato #EleNão em Curitiba, Paraná, em 29/9. Foto: Ricardo Stuckert

Curitiba teve uma das maiores manifestações do país contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL). O #elenão reuniu pelo menos 50 mil pessoas no último dia 29 de setembro. No entanto, a mobilização não se refletiu na urnas. No Paraná, o candidato de extrema direita teve votação de 56,89%. Além disso, a representação feminina na assembleia legislativa e na Câmara dos Deputados continuou muito pequena diante dos homens.

Apenas quatro mulheres foram eleitas para deputadas estaduais no Paraná. Ao todo são 54 vagas. Isso não representa 8% das cadeiras. Houve o aumento de uma representante em relação a 2014, quando eram três deputadas estaduais. Retorna à Assembleia Legislativa a petista Luciana Rafagnim.

Para o congresso nacional, das 30 vagas disponíveis, somente cinco ficaram com mulheres. Apesar do crescimento em relação a 2014, quando apenas duas deputadas federais foram eleitas, Christiane Yared e Leandre, isso significa 15% da nova composição. Quantidade pequena diante de um estado que tem cerca de 11,3 milhões de habitantes e 7,9 milhões de eleitores. Segundo o IBGE, 52,33% da população são de mulheres.

O estado teve duas candidatas ao governo e três ao senado. Nenhuma delas se elegeu. Cida Borghetti (PP) ficou atrás de Ratinho Júnior. Já a candidata ao senado Mirian Gonçalves, do PT, ficou em quinto lugar. A plataforma da sua candidatura se baseava no emponderamento das mulheres.

Minoria no Congresso
Também houve aumento de mulheres eleitas por todo o Brasil, mas segue sendo bem longe da quantidade de homens eleitos. A bancada feminina saiu de 51 para 77 deputadas. O Senado Federal terá 7 senadoras na próxima legislatura. Em relação à bancada atual (13 senadoras), houve redução de 6 representantes das mulheres na futura composição do Senado Federal. O PSL, partido de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência, elegeu 9 deputadas federais e duas senadoras. A jornalista Joice Hasselmann, foi a deputada federal mais votada no país, com 1,078 milhão de votos.

TSE cota mulheres
Em agosto, após consultade oito senadoras e quatro deputadas, o TSE publicou Resolução nº 23.553/2017, que dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos por partidos políticos e candidatos, bem como sobre a prestação de contas nas eleições. A principal mudança, prevista no parágrafo 4º do artigo 21 da norma, determina que os partidos políticos devem destinar ao financiamento de campanhas de suas candidatas no mínimo 30% dos gastos totais contratados nas campanhas eleitorais com recursos do Fundo Partidário.

Deputadas estaduais eleitas
Maria Victoria (PP) (reeleita)
Cristina Silvestri (PPS)
Luciana Rafagnin (PT)
Mabel Canto (PSC)

Deputadas federais eleitas
Gleisi Hoffmann (PT) (veio do senado)
Leandre (PV) (reeleita)
Christiane Yared (PR) (reeleita)
Luisa Canziani (PTB)
Aline Sleutjes (PSL)