Deputado questiona “Pedágio Black Fraude” proposto por governador Ratinho Júnior

Para Requião Filho, nova licitação vende a ideia de tudo pela metade do dobro





Foto: ANPr

A expressão “Black Fraude” se popularizou no Brasil como ironia às lojas de departamentos que simulam oferecerem descontos para os consumidores. Inspirada na Black Friday dos EUA, quando as lojas oferecem super descontos em uma sexta-feira, a promoção ganhou o seu “jeitinho brasileiro”. A “fraude” consiste em elevar os preços dias antes de uma data – semana ou até mês – para em seguida anunciar super ofertas que não passam do mesmo preço praticado antes. E, na avaliação do deputado estadual Requião Filho (MDB), essa tem sido a mesma retórica utilizada pelo governador do Paraná, Carlos Massa Júnior (PSD) ao propor redução de 50% no preço do pedágio pago pelos paranaenses em caso de renovação das concessões com o governo federal.

De acordo com o governo estadual, o governador Ratinho Junior afirma que o governo federal deu anuência para três exigências feitas pelo Paraná para que o processo tenha sequência: redução de pelo menos 50% no valor atual das tarifas de pedágio; execução de obras de modernização das estradas, como as duplicações que não foram feitas; e implantação de contornos rodoviários, principalmente nas maiores cidades cortadas pelo Anel de Integração.

Porém, para Requião Filho, é aí que está o “Pedágio Black Fraude”. “Para aqueles que acompanham o histórico das pedageiras no Estado, sabem que isso não é nada perto do que foi retirado de nós, paranaenses, por quase vinte anos. E quem diz isso é a própria Lava Jato”.

Ele comenta que a proposta do governador é cobrar uma tarifa que será a metade do dobro.

“É preciso aprender a fazer contas! Se o pedágio é 4 vezes mais caro, reduzir pela metade significa continuar a pagar o dobro. 50% não é o suficiente. Queremos um pedágio justo”, pede o parlamentar.

Atualmente, o Ministério Público Federal investiga um esquema milionário de corrupção envolvendo o pedágio no Paraná, com 89% de lucro para as empresas de pedágio e uma tarifa quatro vezes maior, em algumas praças, do que seria realmente necessário. É nessa operação que o ex-governador Beto Richa (PSDB) foi preso dentro da operação Lava Jato.