Greve dos servidores continua nesta quarta e adesão aumenta

Governador desmarcou reunião no começo da manhã





Foto: Leandro Taques

Na manhã desta quarta-feira(26), o comando de greve unificado reuniu 16 sindicatos, 3 associações de servidores e avaliou a greve das categorias e definiu manter a paralisação. A negativa do governo em reabrir a negociação foi um dos motivos do fortalecimento da greve, segundo os dirigentes. “A greve só começou porque justamente não há respostas do governo para as categorias. Iniciamos uma negociação em março, o próprio governo estabeleceu trinta dias de prazo para apresentar uma proposta e até o momento não o fez”, afirmou Marlei Fernandes da coordenação do FES.

O comando de greve da APP-Sindicato também se reuniu nesta manhã. Segundo os dirigentes das 29 regionais presentes na reunião, o número de escolas que aderiram a greve parcial ou totalmente chega a 85%, ou seja escolas que tem pelo menos parte do quadro de professores ou funcionários que não compareceram e participam da paralisação. Cerca de 45% da categoria aderiu à greve e o número vem aumentando principalmente devido a negativa do governo em estabelecer mesa de negociação.

Foto: Assessoria FES
Foto: Assessoria FES

A maior adesão é em Paranavaí, região Noroeste com 70% da categoria parada. Maiores dificuldades em regiões com municípios menores como Cornélio Procópio. Porém a adesão cresceu de ontem pra hoje em todas as regiões.

A concentração em Curitiba segue na frente do Palácio Iguaçu. Hoje pela manhã, servidores participaram de um debate sobre a reforma da previdência.

Manifestação em frente a SEDU. Foto: APP Sindicato

Às 15h, foi realizado um ato em frente a Secretaria da Fazenda. No protesto, os grevistas questionaram a pauta relacionada à saúde dos servidores públicos e o descaso na perícia. De acordo com Marlei Fernandes, da coordenação do FES, uma série de atividades estão sendo preparadas em defesa da data-base.

“A gente tem que demarcar esse posicionamento. Conversamos com o líder do governo Hussein Bakri que disse que Ratinho foi enganado no ano passado. Ele achava que a governadora (Cida Borguetti) ia deixar R$ 5 bilhões em caixa. Nós dissemos que ia ser R$ 2 bilhões e acertamos. A gente acompanha o governo. O Cid (cordeiro, economista) está na Assembleia Legislativa e mostrando documentos que estão no site do governo mostrando o contrário”, revela.

No final da manhã, servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) também aprovaram greve por tempo indeterminado.

Ratinho desmarca reunião

A coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES) recebeu no início da noite de ontem (25) a informação de que o governador Ratinho Junior (PSD) determinou o cancelamento de uma reunião que estava marcada para esta quarta-feira com o comando da greve dos servidores(as) públicos.

O encontro estava previsto para as 11h e tinha o objetivo de resolver o impasse criado pelo próprio governo por não recompor, desde 2016, as perdas da inflação nos salários do funcionalismo. Não foi informado o motivo do cancelamento.

Para a coordenação do FES, a decisão do governador demonstra, mais uma vez, sua falta de interesse em dialogar com os servidores(as) e buscar uma solução para a greve. A expectativa é de que Ratinho Junior reveja o posicionamento.