Com ouro de Bia Ferreira, boxe se despede de Lima 2019 com geração promissora

Brasil contou com oito pugilistas e chegou a seis pódios, com quatro finais. No fim, um ouro, três pratas e dois bronzes. Sete dos oito atletas recebem apoio do Bolsa Atleta




FonteBreno Barros - Rede do Esporte

Bia Ferreira no alto do pódio: decisão unânime dos árbitros. Foto: Joanne Roriz/COB

Uma nova geração que desperta para o boxe internacional. É assim que os Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, no Peru, serão lembrados pelos pugilistas brasileiros. O país encerrou a competição superando o desempenho de medalhas da edição passada dos Jogos com seis pódios e quatro finais (foram dois bronzes em Toronto 2015), além de mostrar a força de uma geração com a média de idade de 23 anos. A sexta-feira (02.08), último dia de combates, foi especial para o Brasil. Bia Ferreira ouviu o Hino Nacional no pódio do ginásio da Vila Esportiva de Callao depois de desbancar a argentina Dayana Erika e garantir a medalha de ouro na categoria até 60kg. No masculino, Hebert Wilian conquistou a prata na categoria até 75kg. Caiu apenas diante do campeão olímpico.

“Nós tivemos uma geração vitoriosa nos ciclos olímpicos de 2012 e 2016. Ela deu o seu tempo e os atletas migraram para o boxe profissional, quando a idade foi avançando. É o processo natural encontrar novos talentos e, o mais importante, está dando resultados no ringue”, analisou Mateus Alves, treinador-chefe da Seleção Brasileira.

“É o processo natural encontrar novos talentos e, o mais importante, está dando resultados no ringue”                 Mateus Alves, treinador-chefe da Seleção Brasileira

A delegação contou com oito pugilistas, dos quais sete são beneficiados pelo programa Bolsa Atleta da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Além dos dois pódios desta sexta-feira, as medalhas de prata foram conquistadas por Keno Marley (-81kg) e Jucielen Romeu (-57kg). As de bronze foram com Abner da Silva (91kg) e Flávia Tereza (75). Todos os medalhistas são bolsistas.

A única medalha de ouro do boxe brasileiro em Lima veio pelas mãos de Bia Ferreira. Até o pódio, a brasileira superou a peruana Esperanza Del Miñope. O segundo confronto foi contra a norte-americana Rashida Ellis. Na final, a brasileira mostrou superioridade e desbancou a argentina Dayana Erika.

“Estou muito feliz com o ouro. Já foi um sonho disputar os Jogos Pan-Americanos. Ter conseguido o objetivo, que era a medalha de ouro, me deixa mais feliz ainda. O pódio mostra que estamos no caminho certo. Tenho certeza de que vão vir muitos outros”, disse a atleta, que tem no incentivo federal um insumo para se dedicar exclusivamente aos treinos.

“Com a Bolsa Atleta eu pude investir mais no meu desempenho esportivo, comprando equipamentos de qualidade, investindo em viagens. Todo atleta de alto rendimento precisa dessa ajuda para se desenvolver no esporte”, frisou a campeã pan-americana.

Hebert Wilian perdeu apenas para o cubano Arlen Cardona. Foto: Pedro Ramos/ Rede do Esporte

Caminho da prata

Hebert Wilian enfrentou na estreia o argentino Francisco Danie, na categoria até 75kg. A vaga na final foi garantida ao superar o norte-americano Troy Esley. Na final, o brasileiro foi superado pelo cubano Arlen Cardona.

“Estou feliz com a medalha de prata e triste com a derrota, mas, querendo ou não, é um grande resultado. Eu só tenho 21 anos e são os meus primeiros Jogos Pan-Americanos. Creio que estou em um crescente na carreira. No ano passado conquistei o bronze nos Jogos Sul-Americanos e hoje levei a prata”, analisou o pugilista brasileiro.

“O Bolsa Atleta é importante para mim, que vim de família humilde e com 15 anos pude passar a receber o auxílio para manter a minha carreira. Apesar da pouca idade na época,  consegui comprar alimentação bacana, pagar o transporte para ir treinar na academia”, disse Hebert.

História do Brasil em Pan

O Brasil subiu ao pódio 61 vezes no boxe na história dos Jogos Pan-Americanos, com sete ouros. Na última edição dos Jogos, o Brasil voltou para casa com duas medalhas de bronze. Quatro anos antes, em Guadalajara 2011, foram sete medalhas, das quais duas pratas e sete de bronzes.