Boa noite, presidente Lula

Multidão acompanha despedida de Lula da sede da PF, em Curitiba





Lula deixa a sede da PF, em Curitiba. Foto: Gibran Mendes

“Boa noite, presidente Lula”. O grito que marcou os 580 dias da prisão do ex-presidente Lula em Curitiba foi pronunciado pela última vez dentro da Vigília Livre. No dia 8 de novembro, ele era posto em liberdade após decisão do STF que proibiu prisão em segunda instância enquanto o processo não tiver transitado em julgado.  Em seu primeiro discurso, Lula reafirmou sua inocência, criticou o processo que o condenou e o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O pedido de liberdade de Lula foi protocolado depois do meio dia. No fim da tarde, o juiz expediu o alvará de soltura. Da decisão até o encontro de Lula com o povo demorou cerca de duas horas. Por volta das 18h00, ele discursou para uma multidão que o aguardava.

O presidente iniciou seu discurso homenageando as pessoas e movimentos que permaneceram os 580 dias em vigília em frente ao prédio da Polícia Federal de Curitiba. Neste período, por muitas vezes, a justiça, a Prefeitura de Curitiba e movimentos de direita tentaram acabar com o movimento em defesa do ex-presidente. Lula disse que ele se manteve forte por conta desse apoio.

Após os agradecimentos, o ex-petista criticou a operação Lava Jato, o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador da República, Deltan Dallagnol. Segundo ele, se misturar esses personagens não dá 10% de sua honestidade. Lula reafirmou sua inocência e disse que vai desmascarar a mentira de sua condenação.

Lula também criticou o presidente Jair Bolsonaro, dizendo que ele espalha fake News e ódio pelo país.  O ex-presidente lembrou dos números do IBGE que registram 13,5 milhões de pessoas em extrema pobreza. Para Lula, é necessário recuperar a confiança do povo. Ele prometeu percorrer o país e conversar com a população.

Lula deixou a Vigília por volta das 18h40. Ele vai de carro para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Foi nesta cidade que ele se entregou à PF após o juiz Sérgio Moro decretar sua prisão.