Ratinho Júnior venceu a batalha da Previdência na Alep e na sociedade 

No entanto, desgaste da votação indica que autoritarismo não é o melhor caminho





Governador Ratinho Júnior assina antecipação do 13o e cria agenda positiva. Foto: Rodrigo Félix Leal/Sem.

O modo autoritário com que o governador Ratinho Júnior (PSD) propôs a Reforma da Previdência do funcionalismo não foi suficiente para arranhar sua imagem enquanto gestor. O governo do Paraná, assim como outros governos estaduais, encaminhou a proposta de alteração da PEC em regime de urgência e sem que o tema fosse encerrado no Congresso Nacional. Para se ter ideia, a PEC 6/2019 de Bolsonaro levou 11 meses para ser aprovada. 

O desgaste com a ocupação da Alep e a mudança de local para a Ópera de Arame ficou na conta dos deputados. O Porém.net teve acesso a um relatório de “gestão de crise” e ele mostrou que a maioria das reportagens foram positivas a Ratinho Júnior. Mesmo com a midia mostrando os conflitos e que a oposição ia recorrer da tramitação, pesou a favor do governo o fato de que a Reforma já fora aprovada nacionalmente para a maioria da população. 

O desgaste com a Reforma também foi atenuado pela a estratégia do governo de divulgar o pagamento da parcela do 13o salário e o adiantamento de salário para 23 de dezembro. A cifra de R$ 1,83 bilhão e o populismo financeiro serviram para balancear as medidas impopulares de Ratinho. 

O fato é que o governador e seu governo gozam de prestígio na sociedade. Ele sofreu um grande baque  em sua imagem nos dias 3 e 4 de dezembro, mas sua aprovação voltou a níveis excelentes.

Disso, pode-se extrair duas projeções. Se Ratinho Júnior de fato for democrático até com setores que ele toma direitos como funcionalismo público e movimentos rurais, dialogando previamente, recuando em alguns pontos, sempre terá a imagem positiva. Agora, se preferir a truculência vez ou outra para aprovar medidas impopulares, confiando na sua imagem de bom moço, no futuro, assim como seu mestre, Beto Richa, pode ter um futuro sombrio e de esquecimento. De desgaste em desgaste se constrói um tirano.