DIEESE não vê motivos para otimismo econômico

FIO DA MEADA: Departamento lista falta de investimentos públicos e incertezas políticas





Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos/PR

O Governo Federal comemorou o PIB de 0,6% no terceiro trimestre de 2019. O otimismo foi com o consumo das famílias e com o crescimento da indústria. Mas o DIEESE não vê motivos para otimismo. A avaliação é de um cenário de estagnação. Veja mais no Fio da Meada.

DESMORONOU | A empolgação não se traduz em gráficos do Boletim Focus, do Banco Central. A meta de 2,5% de crescimento estabelecida para 2019 começou a despencar em março e só caiu até setembro deste ano. Agora, a projeção é fechar o ano com menos da metade do planejado.

SÓ EM 2022 | O fato é que o ritmo do crescimento atual é lento demais. Nesta velocidade, somente em 2022 o Brasil vai conseguir repetir um crescimento semelhante ao de 2015 quando o país já estava em modo de desaceleração.

PÉ NO FREIO | Na comparação entre 2018 e 2019, o cenário é de semi-estagnação. Apesar de alguma melhora nos investimentos e no consumo das famílias, o recuo de gastos do governo e as variações negativas da indústria de transformação indicam que esse baixo dinamismo deve continuar.

TIRO NO PÉ | Um fato que inibe o crescimento é o “mercado de trabalho volátil e se expandindo por meio do emprego informal e outras formas precárias, como trabalho em tempo parcial, temporário, intermitente”. Na nota, “se a recuperação dificilmente virá pelo consumo, restaria o investimento como motor da retomada”.

Foto: Ricardo Stuckert

SEM EMPREGOS | Logo, a lentidão da retomada econômica “torna inviável qualquer restabelecimento do mercado de trabalho e dos salários a partir do emprego assalariado formal como entre 2005 a 2013”, alerta o DIEESE.

ACIDENTE | O crescimento do consumo das famílias é mais um acidente do que sinal de recuperação econômica. Ele se deve mais a redução do custo do crédito e a liberação do FGTS, do que uma expansão sustentável baseada na expansão da renda. Ou seja, Guedes vai ter mais FGTS pra liberar?

Bolsonaro em cerimônia de liberação do FGTS. Foto: Marcos Corrêa/PR

CADÊ OS DÓLARES | Para o DIEESE, “o setor externo, que poderia ser um “desafogo”, não parece indicar retomada mais robusta a ponto de compensar a baixa intensidade da demanda interna”.

VAI FICAR ASSIM | Vai se consolidando um cenário, para 2020, de crescimento vagaroso, em meio à incerteza sobre os rumos da política econômica: o “novo normal” da economia brasileira é crescer a taxas mais discretas.