Mobilizações contra Bolsonaro recuam do pedido de impeachment

Março terá três manifestações, sendo uma greve do funcionalismo público e educação




FonteCom informações do BDF

Foto: Allan Santos/PR

A convocação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para atos em sua defesa e contra o Congresso Nacional e STF serviram para unir a esquerda brasileira que planeja três manifestações em março. No entanto, o impeachment do presidente por crime de responsabilidade não entrou na agenda dos atos que ocorrem em todo o Brasil. Os protestos focam no Dia Internacional da Mulher, no Caso Marielle Franco, na defesa do Funcionalismo Público e da democracia brasileira.

O primeiro ato ocorre em 8 de março. A manifestação foca no combate ao machismo e ao presidente Bolsonaro. Um dos motes é “Mulheres contra Bolsonaro.  A democracia não será silenciada. #SilenciadasNuncaMais”. O coro contra o presidente aumentou após ataques que ele desferiu contra jornalistas mulheres.

 Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), “são inadmissíveis as contínuas e sistemáticas as agressões aos profissionais da imprensa, por simplesmente fazerem seu trabalho. Bolsonaro, seus filhos, ministros e parlamentares incentivam a perseguição aos jornalistas”. 

 Os protestos também projetam as mulheres da periferia com o lema As mulheres da favela exigem paz. “Nossos filhos são os que apanham quando vão ao centro. Temos que voltar e colocar os pés na realidade da favela”, afirma Andreia Lima, moradora do Parolin e organizadora do 8 de março. 

Caso Marielle
A segunda manifestação ocorre no dia 14 de março, um dia antes dos protestos pró-Bolsonaro convocados pela extrema-direita. No sábado, o foco é recordar dos dois anos do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco. Embora os suspeitos do assassinado, Ronnie Lessa e Élcio Vieira Queiroz, estejam presos, os mandantes ainda não foram revelados. O caso gera apelo uma vez que um dos assassinos era morador do mesmo condomínio do presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, já tentou federalizar a investigação.

Funcionalismo vai parar
A terceira manifestação é a greve do funcionalismo público e da educação no dia 18 de março. A adesão à greve deverá ser uma das maiores já registradas no país, segundo a Confetam (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal). A entidade que representa 1,5 milhão de servidores municipais em nível nacional, reunindo 849 sindicatos, 18 federações, em 18 estados, também soma-se à luta por um trabalho decente e pelo serviço público de qualidade.

Outra categoria que deverá aderir maciçamente ao Dia Nacional em Defesa do Serviço Público, dos Servidores, Contra a Privatização e o Desmonte do Estado, são os trabalhadores dos Correios.

Organização em Curitiba
A organização dos eventos em Curitiba contou com a presença de 150 pessoas representando 40 entidades. As lideranças definiram plenárias semanais para planejar os atos. Haverá no dia 3 de março reunião entre esses setores da educação e do serviço público para afinar atividades conjuntas. 

Os participantes da plenária de ontem (27) observam que é importante a unificação das pautas e a necessidade de greve geral para barrar o processo golpista no país. No dia 3 ocorre uma reunião nacional, em Brasília, com a participação de líderes do Congresso que defendem a democracia e as instituições.