Mulheres paranaenses ganham 28% a menos do que os homens

Paraná fica em segundo lugar no ranking de desigualdade salarial





Ato #EleNão em Curitiba, Paraná. Foto: Ricardo Stuckert

As mulheres paranaenses ganham 28% a menos do que os homens. É o que aponta pesquisa do DIEESE. Elas recebem R$ 2.045 mensais em média contra R$ 2.831 dos homens. O valor é ainda o menor entre os três estados do sul. A diferença coloca as trabalhadoras do Paraná em segundo lugar no ranking de desigualdade de rendimentos, de acordo com a PNAD. A estatística negativa é liderada pelo Mato Grosso do sul, onde a diferença salarial atinge 30%.

No Paraná, 55,3% das trabalhadoras têm registro formal. A taxa de desocupação chega a 8,6% enquanto que a dos homens é de 6,2%. No cenário nacional, 13,1% são desempregadas frente a 9,2% de desempregados. Das trabalhadoras, 27,9% sequer conseguem contribuir para a previdência social. Com rendimentos inferiores aos recebidos pelos homens, a contribuição para a previdência das mulheres também é menor, impactando no valor das aposentadorias. Em média, a aposentadoria das mulheres foi 17% menor do que a dos homens.

Quando empregadas, as mulheres ainda sofrem com a jornada dupla e a desigualdade salarial. As mulheres gastam 95% mais tempo em afazeres domésticos do que os homens. Em relação ao rendimento, mesmo elas tendo o mesmo cargo, ganham bem menos. Os homens com ensino superior chegam a receber R$ 6,2 mil enquanto as mulheres formadas têm R$ 3,8 mil na média.

“A cada 10 diretores e gerentes, 4 eram mulheres, mas o rendimento delas foi 29% menor. Em média, eles ganharam R$ 40, por hora, enquanto elas receberam R$29”, contabiliza a PNAD.

Mãe trabalhadora
A falta de vagas em creches também é um obstáculo para as mães trabalhadoras. Das mulheres com filhos na creche, 67% tinham trabalho remunerado. Já entre as mulheres cujos filhos não tiveram acesso à creche, somente 41% estavam trabalhando.

8 de março
A Frente Feminista de Curitiba e Região Metropolitana prepara um protesto para o Dia Internacional da Mulher. Com o lema “As mulheres da favela exigem paz”, o ato deve ocorrer no Parolin. A vereadora professora Josee defende o ato no bairro. “Neste ano decidimos a participação na periferia por entender que é lá que as políticas públicas precisam precisam se efetivar com mais prioridade. A violência faz parte do dia a dia de todas as mulheres. Mas na periferia ela é mais intensa”, constata.