Com a pandemia do coronavírus (COVID-19) se alastrando pelo Brasil, algumas categorias de trabalhadores se mantêm na linha de frente dos riscos, como profissionais da saúde, do jornalismo, do transporte público e de comércio de serviços essenciais, como mercados e farmácias, entre outros.
E nesse contexto, o movimento sindical bancário tem atuado em negociação com as instituições financeiras para exigir medidas de proteção aos trabalhadores bancários, que continuam expostos, mesmo que dia após dia diversos decretos estaduais e municipais estejam restringindo várias atividades que demandam circulação e aglomeração de pessoas.
Um dos motivos de impedimento para o fechamento de agências bancárias, por exemplo, é o entendimento de alguns serviços bancários como essenciais. Na última quinta-feira, 19 de março, o Banco Central publicou a circular nº 3.991 flexibilizando o horário de abertura de agências e autorizando até mesmo a suspensão e fechamento desses locais de trabalho.
Durante a semana, o movimento sindical já havia negociado com a Federação Nacional de Bancos procedimentos para que trabalhadores do grupo de risco fossem colocados em serviço remoto e que condições de assepsia fossem adequadas nos locais de trabalho. Mas com as agências bancárias abertas à população, esses locais continuam sendo responsáveis por alta circulação e aglomeração de pessoas, gerando fluxos para retirada de dinheiro, pagamento de contas e busca de serviços diversos.
A publicação da circular pelo BC é em atendimento a duas reivindicações da Contraf-CUT (acesse aqui): contingenciamento de acesso às agências e redução do horário de atendimento.
Conforme explica o presidente da FETEC-CUT-PR, Junior Cesar Dias, os sindicatos da base da entidade estão solicitando aos bancos nas regionais o fechamento temporário das agências, até que a situação seja considerada controlada. “A medida é necessária tanto para preservar a vida dos trabalhadores bancários quanto para evitar que as agências sejam potenciais locais de propagação do vírus entre a população”, explica.
O movimento sindical bancário entende que o acesso a recursos financeiros pelas pessoas também é importante neste momento, mas que a maioria dos serviços urgentes, que não podem esperar o risco passar, podem ser acessados pelos canais on-line das instituições financeiras. E, ainda, que a maioria dos serviços urgentes podem ser prestados de maneira remota pelos trabalhadores bancários com as agências fechadas.
A negociação entre o Comando Nacional dos Bancários, de representação dos trabalhadores, e a Fenaban, que representa as instituições financeiras, ocorre de maneira permanente e não presencial.