Após queda, registro de novos casos de coronavírus dispara

Registro aumentou depois que Bolsonaro incentivou as pessoas a saírem do confinamento





Foto: Isac Nóbrega/PR

O Brasil voltou a apresentar um disparo no registro de novos casos de coronavírus. Após apresentar queda no começo da semana, quando a quarentena foi imposta aos brasileiros, a curva dobrou de um dia para o outro. O período coincide com o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu estímulo para que as pessoas abandonem o confinamento. Os números são do Ministério da Saúde e foram atualizados na tarde de hoje (26).

Em 17 de março, o Brasil começou a apresentar crescimento no registro de infectados por coronavírus. Nesse dia foram confirmados 50 pessoas com o vírus. No dia 19, foram notificados 150 novos casos. A curva continuou subindo, tendo pico no dia 22, com pouco mais de 400 novos casos confirmados.

Foi neste período que os prefeitos e governadores intensificaram as medidas de confinamento para restringir a transmissão. Foram fechadas escolas, comércio e shoppings a partir do dia 20 e 21 de março. Após isso, a curva de novos casos passou a cair. No dia 23 foram 350 novos casos. No dia 25, menos de 250 novos casos.

A curva apresentava uma forte queda quando o presidente Jair Bolsonaro, na noite do dia 24, fez um pronunciamento à nação incentivando a reabertura das escolas e que as pessoas saíssem do confinamento, falando em contingenciamento apenas do grupo de risco, mas sem apresentar um plano para isso. Conscientemente, ou não, o registro de novos casos deu um salto.

Fonte: Ministério da Saúde

De acordo com o Ministério da Saúde, hoje (26), hoje são quase 500 casos novos. O dobro do registrado no dia anterior. Agora, o Brasil tem 77 mortos e 2915 casos confirmados. A região mais preocupante é o sudeste,  com 57% das ocorrências e com o qual Bolsonaro comprou briga com os governadores de São Paulo, João Dóris, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por querem manter a quarentena.

Os dados do Ministério da Saúde também mostram que o registro de casos subiu 70% de uma semana para outra. Segundo o ministro, Luís Henrique Mandetta, é no fim de abril que o país deve atingir o ápice da contaminação diante de uma disputa se libera ou não o confinamento das pessoas.