Saúde de Curitiba encolhe na gestão Greca

Cidade registra falta de equipamentos de proteção e pandemia deve perdurar até agosto





Foto: Carlos Costa/CMC

O surto de coronavírus no Brasil apresentou aos brasileiros o protagonismo do Sistema Único de Saúde no combate à pandemia. Virou corriqueiro ver o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, usando colete com a inscrição no SUS durante as coletivas de imprensa. As ações de isolamento social, aliado ao papel prestado pelos profissionais de saúde, têm feito com que o país controle o Covid-19. Até aqui, 11130 casos foram registrados com 486 óbitos. Taxa de 4,4% de letalidade.

Os números do Paraná são inferiores em relação ao resto do país. 498 casos confirmados e nove mortes. Por outro lado, os registros se concentram na capital do estado, Curitiba. De acordo com a Secretaria de Saúde, são 162 casos confirmados e 68 recuperados. O município não registrava mortes até esta segunda-feira. Agora são três óbitos (atualizado às 16h40).

A situação poderia ser melhor se a Prefeitura de Curitiba não tivesse optado por reduzir o serviço público prestado na cidade. A cidade perdeu mil profissionais entre 2016 e 2019. A cidade deixou de ter 9615 trabalhadores para 8620. O município perdeu médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, auxiliares de saúde bucal e, principalmente, agentes comunitários que, entre outros, combatem a dengue e levam informação a população.

Os números foram apresentados pelo ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT). “Nestes tempos em que a importante estrutura do SUS ganha destaque com o combate à pandemia, bom ver a distribuição de pessoal e estrutura em diferentes regiões e a necessidade de ampliação. Muito em razão de seguidos cortes, que para alguns passaram despercebidos”, lamenta.

A Secretaria de Saúde, Márcia Huçulak, apresentou os números da epidemia em Curitiba. Por causa do formato de conferência, questões ficaram sem resposta, como a determinação da Secretaria de Saúde em transferir o atendimento a gestantes que aconteciam nas maternidades Bairro Novo e Victor Ferreira do Amaral para o Hospital Evangélico (HE) e para Maternidade Mater Dei.

A pergunta seria feita pela vereadora Professora Josete (PT), que também não conseguiu aprofundar debate sobre a falta de equipamentos de segurança individual, como têm reclamado servidores municipais.

Segundo a CMC, Márcia Huçulak negou haver a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) aos profissionais de saúde da cidade. “Não temos limitação nenhuma, orçamentária e financeira. Nosso prefeito abriu todo o orçamento”, declarou. A dificuldade para a compra de máscaras e outros equipamentos, defendeu, “é mundial”. “Estamos repondo”, disse.

A secretaria, durante audiência, ainda descartou a necessidade de hospital de campanha. Por outro lado, enfatizou que o combate à pandemia é como subir uma montanha e ainda se está longe do pico da transmissão na cidade.

“A pandemia, na nossa previsão, vai até agosto. O mundo inteiro trabalha no achatamento da curva. Quanto mais a gente achatar, menos pessoas por dia [vão adoecer]”, acrescentou.