Bandeira laranja de Greca irrita academias e comerciantes

Empresários pregam desobediência civil e questionam funcionamento de shoppings





Foto: Ricardo Marajó / SMCS

A definição da nova bandeira laranja por parte da Prefeitura de Curitiba gerou protesto de donos de academia e comerciantes da capital. A principal queixa é que o prefeito Rafael Greca (DEM) descumpriu os próprios protocolos estabelecidos pela Secretaria de Saúde ao emitir decreto obrigando o fechamento de academias e alguns comércios, mas mantendo aberto os shoppings, por exemplo.

Os proprietários de academia apontaram incoerência na medida, uma vez que seus estabelecimentos estão atendendo as normas de segurança e higiene com distanciamento e limite de alunos. E ainda apontaram que o transporte coletivo segue aglomerando pessoas e expondo os curitibanos ao contágio.

“A forma como o prefeito de Curitiba e sua equipe vem tratando especificamente academias, escolas de natação e demais centros de atividade física nos deixa perplexos com o tamanho do preconceito, descaso e falta de informação”, afirma a ACAF.  Para os donos de academia, não existem casos de contaminação dentro dos estabelecimentos. A ACAF conclui:

“Ficamos 70 dias fechados. Muitos já perderam sua empresa, seus empregos e seus sonhos. Gostaríamos de explicar de forma fundamentada do porquê os locais para prática de atividade física devem ser considerados atividades essenciais”, pleiteiam.

Outro setor que reclama das restrições é o alimentício e de turismo. Beto Madalosso questionou a Prefeitura sobre o fechamento de atividades sem suporte do poder público. Ele pede mais apoio do Estado para enfrentar a crise.

“A prefeitura, ao anunciar o fechamento, tem o dever de anunciar um kit de sobrevivência que salve empresas e empregos. Enquanto não apresentarem uma saída, continuarão enfrentando desobediência civil”, ameaça.

De acordo com a gestão municipal, o descumprimento das medidas estabelecidas no Decreto 774/2020 acarretam na responsabilização administrativa, civil e penal dos infratores. As medidas entram em vigor hoje (15/6).

Para Madalosso, por outro lado, “governos, se necessário, devem trabalhar no vermelho até conseguir se recuperar. Não podem largar todo mundo a própria sorte. Chega a ser desonesto decretar fechamento do comércio se apresentar medidas de socorro econômico. A gestão de recursos é tão mal feita, tão descoordenada entre as três esferas, que o auxílio para a folha de pagamento vai vencer na mesma semana em que Curitiba decreta o fechamento mais radical”.

A MP 936, que autoriza a suspensão de contratos por 60 dias, ainda não foi votada no Senado e não pode, portanto, ser prorrogada.