Vereadores governistas criticam decreto que volta a endurecer regras de combate ao coronavírus

Aliados de Rafael Greca na Câmara querem que prefeito reveja decisão de suspender atividades de igrejas e academias





Secretária Marcia Huçulak. Foto: Reprodução Facebook

Vereadores aliados do prefeito Rafael Greca e opositores se uniram nesta segunda-feira (15) para criticar o Decreto Municipal 774, que endurece regras de isolamento social para o combate da Covid-19 e que volta a suspender as atividades de setores como academias, bares, igrejas e templos religiosos e clubes esportivos. A secretária de Saúde, Marcia Huçulak, que anunciou no sábado (13) que Curitiba elevou o nível de alerta de bandeira amarela para laranja (risco médio), foi o alvo principal das críticas dos parlamentares.

Os discursos mais inflamados partiram de integrantes da bancada evangélica que defenderam que os templos religiosos devem manter suas atividades dentro dos protocolos de segurança. Eles pediram “diálogo com o setor e que o prefeito reveja a decisão”. Para os parlamentares, Huçulak foi tendenciosa ao incluir as igrejas no novo decreto.

O vereador Ezequias Barros afirmou que a secretária de Saúde foi imprudente ao relacionar mortes por Covid-19 com a abertura de templos. “Essa fala foi um ato discriminatório. Ela [Marcia Huçulak] está querendo punir as igrejas que estão sendo parceiras deste município. Eu passei mal com essa fala, ela precisa se retratar”, disse. “Esse decreto radicaliza e pune aqueles que estão cumprindo à risca os protocolos de segurança”, completou o vereador pastor Osias Moraes.

Além da dupla que compõe a base aliada do prefeito na Câmara de Curitiba, a vereadora Noemia Rocha, líder da oposição, criticou a suspensão das atividades de templos.

Academias – Outros aliados de Rafael Greca criticaram a determinação de fechamento das academias. O vereador Rogerio Campos disse que apresentará um documento propondo a alteração do decreto no que diz respeito a suspensão de atividades destes estabelecimentos. “Quem vai na academia está buscando saúde e não pode ser penalizado”, declarou. Na mesma linha discursaram os governistas Tico Kuzma, Bruno Pessuti e Cristiano Santos.

Para Professor Euler, toda essa polêmica na Câmara poderia ter sido evitada se a prefeitura tivesse feito um planejamento correto de combate ao coronavírus. “Não houve um planejamento e agora são feitas medidas para corrigir anteriores. Agora se penaliza alguns setores e flexibiliza outros”, disse o vereador. “Estão fechando parques e praças, que são locais abertos e deixando abertos locais fechados como os shoppings”, completou.

Em resposta as críticas, o vereador Pier Petruziello, líder do prefeito na CMC, saiu em defesa da secretária Marcia Huçulak. “É muito fácil atirar pedras neste momento. Se não tomarmos essa decisão agora, vamos em 2021 estar discutindo ainda se vamos abrir ou fechar academias e igrejas. Minha solidariedade a secretária Márcia neste momento de intolerância das pessoas. Não é momento de usar uma pandemia para fins políticos”, disse Petruziello.

Além de proibir o funcionamento de academias e todas as práticas esportivas, igrejas e templos religiosos, praças e parques e todas as atividades de entretenimento, o Decreto 774 determina ainda que partir desta segunda-feira, o funcionamento do comércio de rua, shoppings, restaurantes, galerias, entre outros, terão restrição de horário.