Apesar de estar fechada para atendimento ao público em geral em razão das medidas de prevenção a pandemia do coronavírus, o presidente da Câmara de Curitiba, Sabino Picolo (DEM), abriu as portas do Legislativo para receber cerca de 100 pastores que reivindicam a reabertura de templos para cultos. Os líderes religiosos buscaram a ajuda dos vereadores da bancada evangélica no convencimento do prefeito Rafael Greca (DEM) para revisão do Decreto 774 que elevou Curitiba ao estado de alerta laranja.
Além da reabertura de igrejas, a comunidade evangélica exige uma retratação da secretária de Saúde Marcia Huçulak que, segundo eles, teve uma atitude discriminatória ao relacionar mortes por Covid-19 a reabertura de igrejas. Na reunião na Câmara de Vereadores, os pastores relataram a insatisfação com o novo decreto da prefeitura. “Estamos aqui para representar aqueles que nos elegeram. Fui eleito pela comunidade evangélica e estou aqui para representá-la”, destacou o vereador Ezequias Barros (PMB), na sessão online da CMC desta terça-feira (16).
Assim como havia ocorrido no dia anterior, os vereadores voltaram a criticar o decreto e a secretária de Saúde na plenária online desta terça-feira. “Acho que ela deve se retratar das suas declarações”, reforçou o vereador pastor Osias Morais (Republicanos). Ao cobrar diálogo do Executivo com as comunidades religiosas, Nôemia Rocha (PMB) chamou o Greca de ‘ditador’. “Estávamos dispostos a fazer um movimento na frente da casa dele [Rafael Greca], mas agora manifestações terão multas. Ele [Greca] age como um ditador, um monarca”, disse Noemia.
Para a bancada evangélica, as igrejas fazem parte do rol de serviços essenciais, uma vez que trabalham como assistência social, com o apoio psicológico, emocional e espiritual, com a recuperação de jovens na dependência química e contra a drogadição.
Nesta quarta-feira (17) acontecerá uma reunião entre o secretário de governo, Luiz Fernando Jamur, e líderes religiosos. Eles esperam lograr o mesmo êxito obtido por proprietários de academias que, após um protesto em frente à prefeitura, conseguiram que o prefeito revisse o decreto e retirasse esses estabelecimentos do rol de comércios que deveriam permanecer com suas atividades suspensas.
