Bancários iniciam negociações nesta quinta

Comando Nacional dos Bancários realiza entrega da pauta de reivindicações à Federação Nacional dos Bancos hoje, 23 de julho, às 14h30





Agência BB da Kennedy, em Curitiba-PR. Foto: Joka Madruga/SEEB CURITIBA

A categoria bancária avança numa nova etapa das relações de trabalho nesta quinta-feira, 23 de julho, às 14h30, com a entrega da pauta de reivindicações dos trabalhadores aos representantes dos bancos, dando início as negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2020. A entrega do documento será feita pelo Comando Nacional dos Bancários à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em uma reunião virtual.

A campanha salarial está sendo construída de maneira inédita e com novos elementos: num cenário de pandemia e necessidade de isolamento social, a categoria exerce serviço essencial nas agências, com trabalho presencial, mas, em todo o País, mais de 200 mil estão em home office. Além disso, com a ultratividade vetada no sancionamento da MP 936 pelo presidente Bolsonaro, a data-base em 01 de setembro torna-se o prazo limite para que os bancários e bancárias de todo o País não percam os direitos previstos em mais de 20 anos de construção da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), ano após ano.

O reflexo desse cenário é nas formas de mobilização que, assim como as etapas da construção da minuta, serão essencialmente em ambientes virtuais. “Conseguimos construir um novo momento nesse processo e avançamos para outro patamar de organização da classe trabalhadora. Agora, também contamos com o engajamento de todos e todas nas mobilizações virtuais, sem aglomeração, e no acompanhamento das negociações com os bancos”, explica Antônio Fermino, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários, Financiários e Empresas do Ramo Financeiro de Curitiba e região.

Emprego, valorização, teletrabalho e saúde
Uma das principais preocupações dos bancários é a manutenção de seus empregos, num cenário em que o equivalente a metade da população brasileira está sem emprego ou em desalento (quando desiste de procurar), além da manutenção dos direitos contidos na atual CCT.

A regulamentação do teletrabalho é outra preocupação, sobretudo devido aos bancos terem antecipado, em virtude da pandemia, um projeto que já estava previsto, de home office. Os riscos enfrentados para quem está na linha de frente durante a pandemia, atendendo a população nas agências, também é item de reivindicação.

Mesmo com a pandemia e a crise econômica, os bancos continuam lucrando muito. Por isso, os bancários reivindicam valorização e remuneração justa. A categoria pleiteia reajuste salarial equivalente a reposição da inflação, mais 5% de aumento real, além de reajuste do valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) pelo mesmo índice da campanha.

Defesa dos bancos públicos
Durante todo o processo de debate da campanha salarial a principal pauta conjuntural, tanto política quanto econômica, é da defesa dos bancos públicos. Para preservar Caixa e Banco do Brasil, o movimento sindical defende a mesa única de negociações, entre bancos públicos e privados, e a luta contra as privatizações, alertando a sociedade sobre o papel de fomentar a infraestrutura pública do País e do acesso à população ao crédito.

Em tempos de pandemia, essa importância ficou ainda mais evidente, pois foram os bancos públicos que possibilitaram o acesso ao benefício emergencial para trabalhadores informais e desempregados e também o crédito a juros baixos, num programa para micro e pequenas empresas.