Retorno das aulas presenciais depende da redução dos casos de contaminação por covid-19

Proposta da SEED adota modelo misto de ensino e foi discutido com Ministério Público e Assembleia Legislativa do Paraná





Foto: SEED

O polêmico documento da Secretaria de Educação do Paraná que transferia aos pais a responsabilidade em casos de contaminação também diz que o retorno das aulas presenciais depende da redução das contaminações por município. Contudo, mesmo que os casos se mantenham estáveis ou aumentem, o fechamento não é obrigatório. Ele só ocorre se ocorrer contagio dentro do ambiente escolar.

A resolução conjunta do comitê de volta às aulas está sendo discutida desde o começo de julho por representantes da Secretaria de Educação, da Assembleia Legislativa, como o líder do governo, o deputado Hussein Bakri, da Casa Civil, do Ministério Público, dos estudantes e sindicatos de trabalhadores, patronais e de escolas particulares.

Ela foi definida em 6 de julho de 2020, enquanto vigorava decreto do governador Ratinho Júnior (PSD) com medidas mais restritivas de isolamento social por conta da disparada dos casos no estado. O distanciamento social, no entanto, foi flexibilizado a partir de 14 de julho, quando o governador decidiu ampliar a exposição viral. Neste mês, os casos aumentaram crescem 164,5% no estado.

Fechamento não é obrigatório
O documento enfatiza a possibilidade – não a obrigação – de suspensão das aulas presenciais se a pandemia não se atenuar. “Se no município houver ascensão dos casos contaminação, o modelo de aulas 100% on-line poderá ser retomado”.

A proposta para setembro é de um sistema escalonado em que os estudantes serão divididos em grupos, que farão revezamento permanecendo por uma semana em aulas presenciais e por uma semana em aulas remotas (on-line). 

O comitê ainda cogitou que “em caso de agravamento da situação, indicados por Decretos Governamentais e/ou pela Secretaria de Estado de Saúde, as aulas presenciais poderão ser suspensas novamente”.

Por outro lado, embora o Paraná tenha registrado 44.587 casos de Covid-19 nas quatro semanas epidemiológicas de julho, com crescimento de 164,5% em relação aos 16.855 casos notificados no mesmo período de junho, o governo do estado não recuou na decisão de reabrir o comércio e aumentar a exposição ao covid-19. 

“Das 1.792 mortes por covid no Paraná, 1.156 foram registradas em julho, o que equivale a 64,5% do total. As mortes foram multiplicadas por 9 desde o começo de junho, quando havia 190 óbitos acumulados. No dia 29 de julho, 71 mortes foram registradas, igualando o recorde do dia 22/7″, informa o jornalista Fernando Oliveira.

Discussão sobre o retorno das aulas acontece no momento em que a pandemia disparou no estado.

Isolamento por 14 dias
O comitê ainda decidiu que a obrigação de fechar uma escola só acontecerá em caso de transmissão interna entre alunos ou professores. “Caso ocorra contaminação entre estudantes e caso ocorra contaminação de professores ou funcionários, a instituição deverá ser interditada por 14 dias, retornando para o modelo de aulas 100% on-line durante este período”, assinala tanto o documento do dia 2 quanto 6 de julho.