Na pandemia, os bichinhos também precisam de sua ajuda

Campanhas e apadrinhamento ajudam a combater abandono que cresceu em Curitiba e no Brasil





Foto: Divulgação

“A peste”, de Albert Camus, tem um personagem bem curioso. Um senhor aposentado, militar, que tem como hobby atrair gatos para debaixo de seu apartamento e de lá, disparar cuspir nos felinos. É apenas um indício de um comportante de uma sociedade doente. Mas o livro ainda traz o fato de que, diante da pandemia e sem a descoberta da causa, gatos e cachorros são sacrificados diante da percepção plana de que eles poderiam ser transmissores da doença.

Se a realidade da pandemia de coronavírus não chegou a esse ponto da ficção, por outro lado, isso não significa que os animais de estimação não estejam abandonados e precisando de cuidados.

Entidades de proteção animal de diversos estados perceberam aumentos no número de cães e gatos nas ruas desde que a pandemia se agravou no país, em março deste ano. De acordo com uma delas, desde que a pandemia causada pela Covid-19 se agravou no Brasil, em março deste ano, aumentou em 50% o número de animais abandonados em Curitiba. São números da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente da cidade.

Para a entidade Focinhos Carentes, entre os fatores para a ampliação do abandono “estão a crise financeira, mudanças de endereço impostas pela propagação do vírus e pelo medo – infundado e incorreto – de que os animais poderiam ser vetores de transmissão da doença, ou mesmo pela morte de seus tutores ou responsáveis (no Brasil, já são mais de 110 mil mortos)”.

A instituição está com uma campanha de arrecadação de fundos. Mas até agora só conseguiu juntar R$ 1,4 mil. A campanha ainda tem mais 87 dias antes de encerrar. A contribuição pode ser de qualquer valor.

Apadrinhamento

Uma outra opção para ajudar os animais é o apadrinhamento. É o caso do advogado Marcelo Veneri, que é “pai” de um Pitbull Monster, Horus, que tem até rede social no Instagram. Ele acaba de adotar o Paçoca, um gatinho amarelo que mora na Instituição Afilhados do Beco, do Beco da Esperança. O gato é ‘felv positivo’ e precisa de uma ração super premium e sempre que possível sachês.

“Eu sempre acompanho o trabalho do beco, vejo o quanto se dedicam aos cuidados e resgates dos gatinhos. Apadrinhando consigo auxiliar em parte dos gastos, ração, areia, medicamento, assim eles poderão continuar com o trabalho que fazem e eu contribuo com um pouco de melhoria para o gatinho que escolhi”, declara.

O Beco da Esperança cuida de mais de 500 gatinhos na capital.