No fim de março, no início da pandemia do novo coronavírus, a Central Única das Favelas (CUFA) apresentou um plano nacional para atuar dentro de comunidades em situação de vulnerabilidade e listou recomendações ao poder público de como era possível minimizar os impactos da Covid-19 nestes que são os territórios mais afetados. Presente em 17 estados e no Distrito Federal, a ONG lançou as campanhas Favela contra o Vírus e Mães da Favela.
Junto às doações de alimentos, botijões de gás e kits de higiene pessoal, a ONG promove campanhas de conscientização com o intuito de informar aos moradores das favelas a importância das medidas de higiene e de como se proteger dos impactos da doença, levando em conta a desigualdade social, o desemprego e a informalidade que são características destas comunidades.
Lançadas nacionalmente, as campanhas ganharam corpo nos estados e apresentam resultados significativos no combate à pandemia. No Paraná, a CUFA distribuiu cerca de R$ 13 milhões em doações em seis meses de atendimento em conjunto com parceiros da iniciativa privada. Em média, a entidade atendeu 221 mil pessoas por mês em mais de 500 comunidades de 25 municípios paranaenses.
“Nossos atendimentos já somam 1,3 milhão de pessoas, o equivalente a 70% da população de Curitiba”, comemora José Antonio Campos, coordenador da CUFA-PR.
Ao avaliar o trabalho e visitas nas centenas de comunidades do Paraná, Campos aponta um sentimento de satisfação pela recepctividade, mas de tristeza ao destacar o impacto que a pandemia provocou nas favelas paranaenses. “Feliz por conseguir ampliar nossas ações de solidariedade e poder contribuir com essas famílias, mas triste ao perceber o tamanho do impacto que essa pandemia provocou nessas famílias; que na sua maioria são carrinheiros, trabalham com recicláveis ou com diárias”, comenta o coordenador da CUFA.
Outro ponto destacado por Campos é o programa Mães da Favela, voltado ao auxílio emergencial para mães solos. “Grande parte dos nossos atendimentos são de famílias onde as mães solo são chefes de famílias. São essas mulheres que sentem o peso do que que é faltar comida na mesa, de faltar um botijão de gás para fazer comida”, diz o ativista. No Brasil todo, o programa atendeu 40 mil mães, sendo 1,6 mil em favelas paranaenses.
