A escolha é obedecer!!!

Avança, no Paraná as escolas militarizadas defendidas pela turma do "Escola sem partido"





Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Sabe aquela turma do “Escola Sem Partido” que queria invadir escolas e punir professores que estariam doutrinando os estudantes? É esse grupelho ideológico que hoje, também formado por deputados estaduais e pelo governador bolsonarista Ratinho Junior (PSD), municia a criação de 200 escolas militarizadas no Paraná. Sabe-se lá com qual dinheiro.

Imagina se fosse na Venezuela em que parlamentares estivessem dizendo que os jovens devem vestir uniformes e a única escolha deles é obedecer? Sim, senhor, seria o maior escândalo pela bandas do estado “aqui se cumpre a lei”. Cadê a liberdade? É doutrinação! Toda essa argumentação que agora não falam mais nada. Amordaçaram.

Pois bem, como o presidente Bolsonaro quer, o governador “democrático” Ratinho Junior ligou o trator para autorizar o funcionamento de até 200 Colégios Cívico-Militares no Paraná. “Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o parecer favorável ao projeto de lei 543/2020, do Poder Executivo, emitido pelo relator, deputado Delegado Francischini (PSL), foi aprovado após receber 44 votos a favor e seis contra”.

O Bolsonarista Francischini é aquele que levou um baile dos professores estaduais quando secretário de Segurança de Beto Richa (PSDB) e quis votar na marra alterações no ParanáPrevidência. Ele é um dos patrocinadores do antigo “Escola Sem Partido”, projeto que pretendia prender a livre educação.

Blitzkrieg

O projeto marcha rapidamente na Alep, sendo aprovado em primeira discussão. “A militarização da educação civil não pode ser a resposta de um governo democrático aos problemas da Educação. A indisciplina, a evasão, a violência no ambiente escolar são problemas reais, para os quais existem outras e melhores soluções”, disse o líder do PT, Tadeu Veneri.

O partido apresentou uma emenda que provavelmente será sufocada. Ela garante “liberdade de consciência e de crença, pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, livre manifestação do pensamento e que a gestão das unidades escolares públicas de educação básica será exercida por profissionais da Rede Pública de Ensino, mediante eleição pelas comunidades escolares”.

O deputado estadual Requião Filho (MDB) mirou certo no alvo do problema. “Muita gente taí apaixonada por essa ideia, mas não leu o projeto que, logo de início, já comete muitos equívocos. Não fala de onde virá o dinheiro, nem qual será essa hierarquia que pretendem criar. Estão vendendo uma mentira, porque dependendo da cidade do interior que for instalado o colégio, não haverá outra opção de ensino tradicional para os alunos”, destacou.

É isso. Um estado que não dá reajuste para os seus professores e funcionários de escola, pois diz que está no limite da responsabilidade fiscal, vai arranjar grana onde para armar a mente desses jovens com uma educação do “obedece quem pode e cale-se quem questiona”?

Foto: José Fernando Ogura/ANPr

A LEI SOU EU

A propósito, na mesma Alep, o governador Ratinho Junior encaminhou outro projeto em que ele decide quem vai ser diretor de escolas no estado. Segundo o projeto de lei 565/2020, “caberá exclusivamente ao Poder Executivo a escolha de diretores e diretores auxiliares das instituições cívico-militares”. Ratinho ainda quer definir quem serão os diretores das “escolas normais”, permitindo, na avaliação do professor Lemos (líder da Oposição), “cassar os mandatos desses profissionais, que são eleitos pela comunidade escolar, quando bem entender”.

Ora bolas, não é o que Bolsonaro tem feito justamente com a gestão das universidades federais? É sim, senhor! O autoritarismo impera no Paraná. Pode não ser chulo com seus “taoqueis” e piadas de tiozão, mas avança com queijos e ratos.