Movimento de mulheres presta homenagem à Rachel Genofre

Ato aconteceu na Rodoferroviária de Curitiba, local onde o corpo da garota, então com 9 anos, foi encontrado no dia 5 de novembro de 2008





Homenagem à Rachel Genofre na Rodoferroviária de Curitiba. Foto: Julio Carignano

Mulheres de diversos movimentos e coletivos feministas realizaram nesta quinta-feira (5), em Curitiba, uma homenagem à Rachel Lobo Genofre, menina assassinada quando tinha 9 anos. O ato aconteceu na Rodoferroviária de Curitiba, local onde o corpo da garota foi encontrado no dia 5 de novembro de 2008.

As manifestantes fizeram uma caminhada pela rodoferroviária e entregaram rosas brancas a outras mulheres que passavam ou desembarcavam no local. Flores também foram deixadas em uma parede, no local exato onde o corpo de Rachel foi encontrado.

Cartazes rememoraram Rachel e denunciaram a violência contra as mulheres, destacando que o machismo faz vítimas fatais todos os dias no Brasil. Os materiais traziam dados da violência sexual em 2019, entre eles o de 1 (um) estupro a cada 8 minutos no país, sendo 87% deles em mulheres e 57% em meninas de até 13 anos.

Ainda em relação a números da violência sexual, Léo Ribas – que é articuladora estadual da Liga Brasileira de Lésbicas no Paraná – apresentou que, somente no período da pandemia, foram atendidos em Curitiba 43 casos de “estupros corretivos”, quando o crime é cometido na tentativa de “corrigir” uma característica da vítima, como sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Roseli Moreira, representante da Frente Feminista de Curitiba, destacou que a homenagem à Rachel também é um ato de denúncia do movimento de mulheres para todas as formas de violência contra as mulheres, seja ela física ou institucional. Ela lembra que o assassino de Rachel foi preso, mas ainda não foi julgado. “Esse também é um momento de cobrança para que todos os criminosos que violentam, que estupram, que matam mulheres sejam devidamente responsabilizados”.

O caso

Em setembro do ano passado, 11 anos depois do crime, a polícia identificou o assassino. O réu confesso Carlos Eduardo dos Santos, de 54 anos, que estava preso em Sorocaba (SP) e teve seu DNA comparado com o da cena do crime. Rachel estaria hoje com 20 anos. Ela foi assassinada de forma cruel. Desapareceu em 3 de novembro de 2008 depois de sair da escola, Instituto Estadual de Educação do Paraná, por volta das 17h30, e foi vista pela última vez na Rua Voluntários da Pátria, próximo à Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba.

O corpo de Rachel, na época com apenas 9 anos, foi encontrado no interior de uma mala, às 2h30 da madrugada do dia 5 de novembro de 2008. O objeto e seus pertences estavam embaixo de uma escada no interior do terminal. A menina estava com o corpo seminu e apresentando sinais de violência sexual e estrangulamento.