A Assembleia Legislativa do Paraná está tornando a educação como serviço essencial durante a pandemia de Covid-19. Após ser aprovada em primeiro e segundo turno, o projeto de lei deve ser votado novamente no dia 22 de fevereiro por conta de uma emenda que obriga as escolas a ficarem abertas independentemente do estágio da contaminação. Em reação a isso, os profissionais da educação do estado aprovaram início de greve contra o regime presencial a partir de 1o de março, data marcada para o retorno a sala de aula. Por outro lado, as aulas remotas foram mantidas por professores e trabalhadores de escola em assembleia da APP Sindicato realizada na noite de quarta-feira (17).
A retomada das aulas presenciais acontece em um momento em que o Paraná ainda enfrenta uma segunda onda de contaminações e mortes pela pandemia. Após uma queda em outubro, o estado observou o disparo dos casos em novembro, dezembro e janeiro.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o Paraná soma 597.164 casos confirmados e 10.817 mortos em decorrência da doença, desde o início da pandemia. O informe desta quarta-feira divulgou mais 4.077 infecções e 59 óbitos. Dos casos confirmados e divulgados neste boletim, 1.655 são retroativos, exclusivamente de Curitiba. Este total é resultante do alinhamento de informações entre a Secretaria Estadual da Saúde, a Secretaria da Saúde de Curitiba e o Ministério Público do Paraná.
Na Assembleia Legislativa, a emenda que “considera de natureza essencial as atividades e serviços educacionais prestados no âmbito do Sistema Estadual de Ensino do Paraná, inclusive na forma presencial” é criticada pela oposição. Segundo o deputado Tadeu Veneri (PT), “aulas presenciais com tratamento essencial impõe a presença dos professores e o retorno das aulas presenciais em todo o estado sem levar em consideração a situação sanitária de cada município”, disse Veneri. Em Curitiba, redação semelhante em um projeto de lei aprovado na Câmara Municipal foi removido da proposta.
Greve contra presencial e aulas online mantidas
Professores e funcionários decidiram manter a greve caso o governo Ratinho Jr. mantenha o retorno presencial. A categoria definiu por greve das atividades presenciais, mantendo as aulas online. Na avaliação de especialistas consultados pela APP Sindicato, não há protocolos suficientes para conter o contágio entre estudantes e profissionais. O sindicato também recebeu inúmeras denúncias de falta de condições sanitárias das escolas estaduais. “Falta álcool gel, falta máscaras e até água em algumas escolas”, salientou o presidente da APP-Sindicato Hermes Leão.
Várias escolas estão anunciando fechamento por conta de casos de contaminação, após o governo exigir a presença de professores e funcionários durante a chamada “semana pedagógica”. “O governo ignorou os apelos do sindicato para que a formação dos profissionais acontecesse de forma online e o resultado já está aí: várias pessoas contaminadas e vários casos de estabelecimentos fechados por até duas semanas”, disse Hermes.