Secretária de Saúde alerta para “terceira onda” da Covid-19

Em prestação de contas à Câmara de Vereadores, Marcia Huçulak disse que retomada da vacinação em Curitiba depende do governo federal





Por vídeo conferência, secretária respondeu questionamentos de vereadores. Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

Nesta terça-feira (23), a secretária municipal Marcia Huçulak prestou contas à Câmara de Curitiba da situação da saúde pública na capital e das ações da prefeitura no combate ao Covid-19. Por vídeo conferência, ela respondeu questionamentos dos parlamentares sobre gastos no Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre a vacinação da população curitibana, que foi paralisada no dia 19 – um dia antes de completar um mês – em razão da falta de vacina.

Huçulak mostrou preocupação com o aumento dos casos de coronavírus em Curitiba após o feriado do Carnaval e alertou para um terceiro pico da pandemia na cidade. O boletim divulgado pela prefeitura na segunda-feira (22) mostrou mais 1.158 casos novos e 21 óbitos por Covid-19 somente no fim de semana. Ao todo são 5.478 casos ativos no município.

“Uma nova onda é possível. Rio Grande do Sul adotou bandeira preta, Santa Catarina está pedindo para recebermos pacientes de lá. Em São Paulo há cidades com lockdown, temos problemas no Amazonas e Rondônia. Parece que agora chegou nossa vez”, afirmou a secretária.

A gestora voltou a criticar à população por não respeitar medidas de isolamento social. “Infelizmente o cidadão interpreta a bandeira amarela como a volta da vida normal”, afirmou. Ela ainda chamou a atenção para as Fake News e deu um recado aos defensores do chamado “tratamento precoce”. “Apesar da ‘bobajada’ dita por algumas pessoas, não existe nenhum remédio ou droga eficaz no combate ao Covid-19. Não seguimos receituário de redes sociais”.

A previsão é que Curitiba receba durante a semana cerca de 10 mil doses de vacina, mas Marcia Huçulak afirmou que a prefeitura segue na dependência do governo federal. “A velocidade que imunizamos a população depende da quantidade de vacina que recebemos. Infelizmente dependemos do governo federal. O prefeito Rafael Greca provocou o governo federal para compra de vacinas, temos recurso disponível para isso, mas não é possível. Não há vacina para comprar e dependemos da produção da Fiocruz e do Butantan”, disse.

Sobre o plano de vacinação, a secretária informou que a gestão não pretende alterar a ordem de prioridade já prevista. “Nosso plano de imunização segue o plano nacional. Eu adoraria vacinar os professores, mas não temos vacina. Todo mundo se acha no direito de ser o primeiro da fila, mas não temos vacina. Nossa intenção é vacinar todos os curitibanos o mais rápido possível, mas dependemos das vacinas disponíveis”, ressaltou.

A vacinação em Curitiba foi paralisada um dia antes de completar um mês em razão do estoque de vacinas terem terminado. A última distribuição de remessas do Ministério da Saúde aconteceu no dia 6 de fevereiro. Após um mês, somente 271.275 paranaenses receberam a primeira dose do imunizante, contingente que representa menos de 2,5% da população. Em Curitiba, 65.666 pessoas receberam a primeira dose e 15.746 as duas doses.