Eder Borges protocola projeto “pró-contaminação”

Para vereador “especialista” em Covid-19, cientistas erram ao indicar isolamento social e lockdown





Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

Após o uso da cloroquina, o novo placebo da extrema direita bolsonarista é que isolamento social mais intenso (lockdown) não serve para nada e é anticientífico, embora tenha dado certo em países que adotaram a medida como Nova Zelândia e, posteriormente, Inglaterra, Dinamarca e Itália. Um estudo do Imperial College, de Londres, demonstra que 11,2 milhões de pessoas foram salvas em 11 países que adotaram o modelo. Mas, para bolsonaristas, a medida é um abuso do Estado para salvar a liberdade econômica do país que tem naufragado justamente por não frear a contaminação.

É o caso do vereador em primeiro mandato Eder Borges (PSD), que apresentou “pró-contaminação” após a Prefeitura de Curitiba e o Governo do Paraná ampliarem as medidas restritivas por causa da superlotação de hospitais. Para Eder, a economia vale mais do que vidas e o poder executivo não pode fechar estabelecimentos comerciais para reduzir o contágio. “O objetivo é coibir os abusos do Estado contra a liberdade econômica. Lockdown não é ciência”, prega Borges.

No entanto, nem Curitiba ou Paraná adotaram lockdown. A cidade e o estado ampliaram as medidas de restrição social, mas mantendo abertos serviços considerados essenciais. Entre eles está até o funcionamento de ônibus. Para relatório do Instituto Oswaldo Cruz, que pratica ciência, o isolamento social e outras medidas de combate ao vírus funcionam. O que não funciona é a sabotagem praticada  pelo presidente e seus seguidores. 

“Esta nota evidencia um contexto e nível de conflitos políticos durante a Pandemia, com a Presidência da República protagonizando discursos e ações incongruentes com o recomendado pela OMS e o próprio MS dentro do governo, e, ao mesmo tempo, produzindo muita instabilidade política, social e econômica”. O estudo, de 78 páginas, está abaixo

::. A GESTÃO DE RISCOS E GOVERNANÇA NA PANDEMIA POR COVID-19 NO BRASIL