1o de maio com pandemia, perda do emprego, de renda e de direitos

Brasil tem 8,9 milhões de pessoas sem trabalho e renda, sem procurar ocupação





Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O DIEESE apresenta um Boletim para o dia Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador, apontando piora nos dados relacionados aos trabalhadores e ao mercado de trabalho. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PnadC/IBGE), havia inclusive sinais de piora antes do início da pandemia. A partir da implementação das reformas trabalhista, previdenciária e do teto de gastos, medidas defendidas pelo governo e apoiadores como solução para a economia brasileira, os problemas se intensificaram. 

A força de trabalho (ocupados e desempregados) cresceu 2,1% entre o 4º trimestre de 2017 e o 4º trimestre de 2019. No segundo trimestre de 2020, durante a pandemia de covid-19, muitos trabalhadores perderam as ocupações. A falta de perspectiva, a possibilidade de contaminação e a necessidade de isolamento social fizeram com que parte dessa população deixasse a força de trabalho, ou seja, muitos desses trabalhadores não saíram em busca de uma nova colocação. 

São 8,9 milhões de pessoas sem trabalho e renda, sem procurar ocupação. Crescendo a força de trabalho, haverá pressão sobre a taxa de desemprego.

Com final da política de valorização do salário mínimo, piso mal dá para os alimentos básicos

A política de valorização do salário vigorou entre 2004 e 2018, cumprindo importante e necessário papel na distribuição de renda no país. Após a decretação do fim da política, o piso mínimo brasileiro começou a ser reajustado pela inflação oficial, mas, a partir de 2020, ficou até mesmo abaixo deste índice. 

Com o aumento dos preços dos alimentos no último ano, o salário mínimo perdeu poder de compra. Em algumas das 17 capitais brasileiras, conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do DIEESE, mais da Com fi nal da política de valorização do salário mínimo, metade do salário mínimo em vigor tem sido gasto com a compra dos alimentos essenciais necessários para uma pessoa adulta durante um mês.