O Paraná registra 4073 novos casos de Covid-19 no último Boletim Epidemiológico. Isso representa aumento de 25,5% nos números da média móvel em relação aos 14 dias anteriores. O estado registra 1,19 milhões de contaminados em uma população de 11 milhões (quase 10%), média superior aos casos registrados no país, que estão em 15,6 milhões para uma população de 211 milhões de brasileiros. O Paraná tem 95% das UTIs ocupadas, sendo que a capital, Curitiba, atinge o mesmo índice. A fila de espera por leitos saltou de 277, em 2 de maio, para 689, em 17 de maio. Contudo, esses números catastróficos estão sendo combatidos de forma tímida pelo governador do Paraná, Ratinho Junior. Em novo decreto, ele se limitou a novamente proibir a circulação entre às 22h00 às 05h00 e o fechamento do comércio aos domingos (medida já adotada há semanas, na capital).
O governador limitou a medida branda até a meia-noite do dia 31 de maio. Nos outros dias da semana o comércio pode abrir ao público das 10h às 22h com 50% de ocupação. Aos domingos e fora desses horários, durante a semana, só será permitido o atendimento na modalidade delivery. A medida não surtiu efeito em Curitiba, em que o decreto municipal 860 é mais restritivo do editado pelo estado.
As medidas são consideradas superficiais e fracas por especialistas. Principalmente porque o governo mantém escolas reabertas. Para o biólogo Lucas Ferrante, “o afrouxamento de medidas restritivas que aumentem a circulação viral na comunidade tendem a acelerar o contágio novamente aumentando o número de casos, internações e óbitos”.
Governo atende lobby da ACP
As medidas tímidas de restrição de circulação atendem a pedido da Associação Comercial do Paraná (ACP). No último dia 14, a entidade pediu que “lockdown não seja imposto” e recomendou rodízio de abre e fecha. Disse a ACP ser a favor da “implantação de um sistema de rodízio para o funcionamento dos setores de comércio e serviços. Na Alep, o presidente Camilo Turmina reforçou a ideia: ““Não podemos concordar com o fecha tudo. Isso não resolve a pandemia, só mata as atividades econômicas e acaba com o emprego. A pandemia exige bom senso para salvarmos vidas e negócios”, finaliza o presidente da ACP.