Ministério Público manda suspender revistas vexatórias em unidade dos Correios

Sindicato denunciou constrangimento em unidades de Curitiba




FonteSinticom

Revista ilegal foi suspensa pelo MP. Foto: Sintcom

Marmitas revistadas, retirar algumas peças de roupas, corpo inspecionado, proibição de adentrar com celular. Essas foram algumas das humilhações às quais Operadores de Triagem e Transbordo (OTTs), concursados e terceirizados, e carteiros, foram submetidos na sede dos Correios em Curitiba, na rua João Negrão e que o Ministério Público do Paraná suspendeu a pedido do sindicato da categoria.

A diretoria da SE Paraná (Superintendência Estadual dos Correios do Paraná) contratou seguranças privados para realizar revistas consideradas vexatórias nos trabalhadores dos três turnos do CTCE/CTA (Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas de Curitiba) da João Negrão, estendo a ação ilícita ao CEE/CTA CENTRO. Nem as mulheres eram poupadas das revistas. A prática começou em abril deste ano.

O SINTCOM-PR denunciou a situação ao Ministério Público do Trabalho que mandou suspender imediatamente as revistas. O jurídico do Sindicato também vai oferecer denúncia crime no Ministério Público Federal.

Bolsa é indevidamente revistada.

Prática ilegal

Segundo a Constituição Federal e o Código de Processo Penal, somente as autoridades judiciais, policiais ou seus agentes podem realizar tais revistas e somente se houver indício de que a pessoa esteja envolvida com um crime ou cometendo um (como estar armado). *É ilícita a revista pessoal realizada por agente de segurança privada* e todas as provas decorrentes desta.

E, quando se trata de revistar trabalhadores, diariamente, na entrada e saída do local onde exercem suas atividades, é flagrante que se trata de crime contra a integridade física e moral da pessoa.

Para o sindicato, “é inaceitável que trabalhadores, mães e pais de família, sejam tratados como criminosos e presidiários”.