Com aumento de casos, escolas de Guarapuava podem suspender ensino presencial

NRE de ensino tem informado profissionais para a possibilidade





Secretário de Educação defende retorno das aulas, independente da atual fase da pandemia. Foto: Jonathan Campos/AEN

Sem vacinar os profissionais da educação, o Governo do Paraná anunciou o retorno de aulas presenciais em 10% da rede pública após o Dia das Mães, em 10 de maio. 200 escolas estão sendo utilizadas como laboratório sob o argumento do próprio governador Ratinho Junior de que a contaminação é baixa e que os impactos psicológicos compensam o retorno. Agora, com o estado novamente beirando o colapso do sistema de saúde, o Núcleo Regional de Educação está recomendando a suspensão das aulas presenciais em Guarapuava.

De acordo com uma mensagem que a reportagem teve acesso, O NRE informa que “considerando o contexto atual da covid em todos os municípios que abrangem o NRE Guarapuava e com indicações de que os decretos municipais de lockdown devem ser publicados nas primeiras horas de segunda-feira (17), a chefia se manifesta por suspender as AULAS PRESENCIAIS nas instituições da regional que estavam realizando o atendimento de forma híbrida”, diz a mensagem de texto.

Na cidade, quatro escolas estaduais retornaram ao ensino presencial. De acordo com a Prefeitura de Guarapuava, “na tarde deste domingo (16), o prefeito de Guarapuava Celso Góes reuniu-se com a equipe Técnica de Saúde, secretários municipais e com o integrante do Conas (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Dr. Renê Santos, para discutir as novas medidas restritivas no combate à pandemia”.

O Paraná tem 96% das UTIs adultos com lotação máxima. Em Guarapuava, para uma população de 457 mil pessoas, 30.512 contraíram Covid e a cidade registra 610 óbitos e mais outros 167 casos em análise.

Para a APP Sindicato, o fechamento das escolas é efeito dos erros que os gestores públicos insistem em cometer. “A gente avisou que isso ocorreria. Mais gente circulando aumenta a circulação do vírus. Mais gente infectada, mais ocupação de leitos e mais mortes. O governo joga com a vida das pessoas”, lamenta Luiz Fernando, coordenador de comunicação do sindicato.

União da Vitória também suspende aulas

Em União da Vitória, que segundo o boletim publicado pela Secretaria Municipal de Saúde conta com 408 casos confirmados e 84 óbitos por complicações da Covid-19, após pressão de trabalhadores da educação pelo fechamento das escolas, o município decretou um lockdown parcial, com toque de recolher. A presidenta do Núcleo Sindical de União da Vitória, Salete Tonon, considera o decreto uma vitória e aponta que este não é o momento para o retorno das atividades presenciais.