Com Bolsonaro, diesel e gasolina disparam

Caminhoneiros pagam R$ 0,29 a mais por litro; Gasolina já subiu R$ 0,43 centavos no governo bolsonarista





Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assumiu, o preço da gasolina e do diesel não param de subir nas refinarias. Mesmo com a Petrobras acabando com a política de reajustes diários, como vinha acontecendo no governo do Michel Temer (MDB), o custo só aumentou para os motoristas e caminhoneiros. Agora, a estatal promove reajustes superiores há 15 dias. No entanto, a política de calcular o preço segue tendo como parâmetro os preços internacionais.

Quando assumiu, a gasolina nas refinarias custava R$ 1,5087. Quase cem dias depois, o valor praticado é de R$ 1,9354. Isso equivale a R$ 0,43 centavos a mais no novo governo. De acordo com a Petrobras, o preço praticado ao consumidor é composto por três parcelas: realização do produtor ou importador, tributos e margens de comercialização. No Brasil, esta margem de comercialização equivale às margens brutas de distribuição e dos postos revendedores de gasolina. O custo de realização da Petrobras equivale a 31% do valor que chega ao consumidor. Já 45% do custo é composto por tributos como ICMS, PIS/PASEP e Cofins.

Por outro lado, os caminhoneiros têm sido bastante prejudicados pelas altas do diesel nas refinarias. O apoio dado a Bolsonaro na eleição não se reverteu em melhoria das condições de trabalho ou retorno do subsídio concedido por Michel Temer na época da greve da categoria. O valor diferenciado foi mantido até 31 de dezembro de 2018, data do último dia do mandato de Temer. O governo custeava em R$ 0,30 o preço e ainda reduziu Cide e PIS/Cofins em R$ 0,16.

Em maio, época do acordo, o diesel chegou a bater R$ 2,3716. Depois, com o corte, fechou o ano em R$ 1,8088 no dia 29 de dezembro de 2018. Bolsonaro assumiu com o preço custando R$ 1,8545 em primeiro de janeiro de 2019. Desde então, o preço foi subindo até chegar a R$ 2,1432 hoje (05 de abril). Diferente da gasolina, a maior parte do custo do diesel (54%) pertence a realização da Petrobras.

Mesmo com valor cada vez mais próximo da greve dos caminhoneiros, a Petrobras justifica seu valor em relação a média mundial: “Sobre este aspecto, vale notar que pesquisa abrangendo 163 países – vide Globalpetrolprices.com – revela que o preço do diesel ao consumidor final no Brasil é 18% inferior à média global e ocupa a 57º posição, sendo, portanto, inferior aos preços observados em 106 países”.

Contudo, a nota observa que países como Colômbia, Paraguai, Honduras, Chile e Serra Leoa cobram menos do que o Brasil, mesmo o país sendo o 9o maior produtor de petróleo do mundo.