Prato Feito está mais caro em Curitiba por causa da China

Carne subiu por causa do dólar alto e o mercado brasileiro prefere exportar o produto





Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante almoço no restaurante Migros. Foto: Alan Santos/PR

A cesta básica de Curitiba é a sétima mais cara do país entre as capitais. Custando R$ 413,63, ela representa 45% do salário mínimo. Embora ela apresente redução de custo de 1,95% no mês de novembro e de 0,67% nos últimos doze meses, seu custo segue sendo pesado para a população. Principalmente quando o assunto é o famoso Prato Feito brasileiro: arroz, feijão, uma salada e a carne.

A carne bovina de primeira apresentou aumento de preço em todas as cidades, segundo o DIEESE. A alta se dá por conta do envio de carne para a China, devido ao Ano Novo chinês. “O período também é de entressafra bovina e o custo de reposição do bezerro está muito alto. Por fim, o dólar desvalorizado estimulou as exportações. Todos esses fatores encareceram o valor da carne no varejo brasileiro.

Em Curitiba, a alta da carne bovina foi de 6% nos últimos dozes meses. Dentro desse PF, o feijão preto subiu 6,67%. Aliás, o valor do feijão aumentou em 11 cidades entre outubro e novembro de 2019. Já o arroz subiu 2,4% em Curitiba. As maiores altas foram da banana (37,26%) e da batata (31,78%).  Em compensação, o tomate caiu 49%.

Com a variação dos preços, o custo da ração alimentar essencial mínima para uma família curitibana (1 casal e 2 crianças), foi de R$ 1.240,89 (um mil, duzentos e quarenta reais e oitenta e nove centavos), sendo necessários 1,24 salários mínimos somente para satisfazer as necessidades do trabalhador.

“Em novembro de 2019, o trabalhador curitibano remunerado pelo salário mínimo e com jornada mensal de 220 horas, comprometeu 91 horas e 31 minutos da sua jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais”, calcula o Departamento. 

Pobres sofrem mais com a inflação 

O Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas (IPEA) divulgou os dados da inflação por faixa de renda. Segundo a avaliação,  os mais atingidos pela inflação em novembro são as famílias de baixa renda. O aumento da carne e da energia elétrica pesou no bolso dos mais pobres.

“Cerca de 70% da alta inflacionária registrada entre as famílias mais pobres se explica pela variação de preços nos grupos de alimentação e habitação: reajuste de 8,1% nas carnes e 2,2% nas tarifas de energia elétrica com a mudança da bandeira tarifária de verde para amarela”, identificou o IPEA.