O Brasil está em uma corrida, mas não é para espantar a Covid-19. Desde a saída do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o movimento das autoridades tem sido para flexibilizar o isolamento social e afrouxar a quarentena com a liberação das atividades no comércio. Nem a imagem das covas abertas por escavadeira em Manaus ontem (22) serviu para os governantes irem na direção de aumentar o rigor e punir quem fura as medidas de segurança.
Pelo contrário. O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), estado com mais infectados e óbitos anunciou o fim da quarentena gradualmente a partir de 11 de maio, logo após o Dia das Mães. Em Santa Catarina, shoppings foram reabertos. No plano federal, o governo lançou o projeto Pró-Brasil para projetar o retorno à vida normal.
Já o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, está preocupado em atender as ordens do coveiro na presidência da República, Jair Bolsonaro, e está preparando o fim do confinamento. “O Brasil é um país gigante e heterogêneo. As diretrizes para o relaxamento do isolamento devem ser customizadas para diferentes regiões. Tem que levar em consideração o número de casos, de leitos e recursos humanos”, sugere.
Hoje (22), a realidade se mostra mais dura. Os números oficiais contabilizam 407 mortes em 24 horas dentro de um gráfico que não para de subir. São quase 50 mil infectados na 17a semana epidemiológica.
A taxa de mortalidade segue crescendo e já esta em 6,7% em um cenário em que os leitos de UTI estão ficando lotados. Os brasileiros deveriam estar cobrando porque estão querendo acabar com o isolamento social quando o país devia aumentar o rigor social, aumentar os exames e aumentar a rede de saúde. Talvez a urgência deva ser correr para que o abraço da morte chegue mais rápido.
