Exclusão de estudantes atinge índices de até 90% com EaD imposta por Ratinho Junior

Números foram divulgados pelo NRE de Pitanga, onde não existe cobertura do sinal digital da emissora contratada pelo governo, sem licitação, para transmitir teleaulas




FonteAPP-Sindicato

Ensino a distância exclui estudantes./ Foto: Pixabay

A exclusão é um dos principais destaques do ensino a distância (EaD) imposto pelo governo Ratinho Junior, sem diálogo com a comunidade escolar. Em Pitanga, região central do estado, a modalidade de ensino registra índices alarmantes de 90% dos estudantes excluídos pela proposta.

As informações foram divulgadas pela chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Pitanga, Angela Maria Danilo Brandalise, em um rádio da cidade. Segundo ela, o NRE fez um levantamento do número de estudantes que não estão frequentando as aulas pelo ensino a distância.

De acordo com a chefe do NRE, a situação é “muito grave” em toda a região. Durante a entrevista, ela divulgou os números dos maiores colégios estaduais da cidade. No Dom Pedro I, de 980 estudantes, apenas 200 (20%) estão acessando a plataforma de aulas online. No Antônio Dorigon, de 860, apenas 85 (10%). No Colégio Julia H. de Souza, de 283, apenas 30 estudantes (10%).

Para a secretária da APP-Sindicato de Educacional, professora Taís Mendes, a proposta do governo excluir os estudantes do processo de ensino aprendizagem. Ela explica que a Secretaria da Educação aponta uma possibilidade de atividades não presenciais, mas não garante a qualidade e a acesso para todos.

“Os alunos não têm acesso. Os alunos que têm acesso não tem qualidade. As família não estão preparadas e não tem condição de acompanhar essa proposta. Por isso a nossa defesa de que o importante agora é cuidar da vida e que o calendário escolar seja suspenso e reestruturado quando terminar o isolamento social, considerando a excepcionalidade que esse período impõe”, comentou.

Pela proposta de ensino a distância do governo, durante a pandemia da Covid-19, os estudantes precisam assistir às aulas pela internet, ou por um aplicativo de celular, ou por canais digitais da TV Record. Esses serviços privados foram contratados, sem licitação, por mais de R$ 22 milhões.

Além da desigualdade entre os estudantes, relacionada a acesso a internet e equipamentos tecnológicos, nenhum dos sete municípios do NRE de Pitanga têm cobertura do sinal digital da emissora contratada pelo governo para transmitir as videoaulas.