A expectativa da vitória de Biden e da “derrota” de Trump não me parece ser um fato animador para o mundo inteiro. Trump está perdendo a eleição quase ganhando. E isso revela que seu capital eleitoral é altíssimo mesmo após tantas ações e comportamentos, digamos, reprováveis.
Ele ataca o meio ambiente, as minorias, a Europa, os negros, os latinos. E por tudo isso quase vence a eleição. Ele mente, deturpa, engana como método político que é reproduzido no mundo todo e, em especial, no Brasil. Mesmo assim, com ou sem suspeita de manipulação das urnas, recebeu quase metade dos votos. Trump humilha o sistema eleitoral que o elegeu, assim como fez Jair Bolsonaro antes e depois de ser eleito. Um desconfia do papel, outro diz querer o papel. E levantando suspeitas, vão armando a sua militância.
Trump, que ignorou a pandemia e é responsável pela maior quantidade de contaminados e milhares de norte americanos mortos, não derreteu politicamente. Assim como Bolsonaro, com o auxílio emergencial que ele não queria, melhorou sua imagem. Sinal de que o “pensamento e comportamento” do possível futuro ex-presidente (dos EUA) ainda reflete na cabeça de muitos norte americanos.
A votação de Trump assusta e dá um bom sinal para Bolsonaro e outros extremistas. Ainda existe um campo e um eleitorado consolidado por lá, por aqui, por todo canto, disposto a humilhar, mentir e corromper em nome da família e da tradição. A derrota de Trump, se for confirmada, é como a derrota de Hitler nas eleições em que não ganhou nas urnas, mas cresceu em corações e mentes.
Não é momento de se alegrar. Pelo contrário, se deve redobrar os cuidados com extremistas.