Deputada denuncia manipulação para que concessionárias investigadas participem de licitação

Segundo Mabel Canto, Paraná revogou proibição da participação de envolvidas em desvios.





Deputada Mabel Canto. Foto: Dálie Felberg/Alep

Uma dúvida que percorre os corredores da Assembleia Legislativa do Paraná é porque o governador Ratinho Junior (PSD) não pediu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que o estado seguisse com a concessão das rodovias federais no estado e promovesse uma nova licitação justa? O burburinho é de que ao devolver as BRs e entregar algumas PRs as atuais concessionárias suspeitas, investigadas e condenadas por corrupção e desvios na atual concessão não pudessem participar de um novo pregão. Uma lei estadual impede elas de participarem do novo processo. Em âmbito federal, estão livres para “concorrer”, ganhar e fazer as obras que não fizeram”.

A manobra que percorria o acostamento dos acordos políticos agora tem via livre e principal nas regras jurídicas, segundo a deputada Mabel Canto (PSC). “O discurso de que as concessionárias envolvidas nos escândalos de desvios dos pedágios não poderiam participar das novas concessões já não existe mais. Isso porque, no dia 10 de dezembro de 2020, a Controladoria Geral do Estado revogou a resolução n.º 67/2019, que impedia a participação de três concessionárias em licitações e contratações envolvidas nos escândalos dos pedágios. Rodonorte, Ecovia e Ecocataratas”.

Para ela, o discurso de compliance e transparência do governador não tem excesso de velocidade e radar desligado. “Enquanto isso, Ratinho defende as novas concessões, que nada mais são do que a repetição do que já vimos nos últimos 23 anos”, alerta.