Sinpes denuncia prática antissindical por parte da UniBrasil

Sindicato dos Professores acusa instituição de retaliação a professor diante de sua prática como dirigente sindical




FonteSINPES

Campus da UniBrasil em Curitiba. Foto: UniBrasil

O Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (SINPES) está denunciando que seu diretor de Negociações Coletivas, o professor Edson Francisco Stein, tem sido vítima de atos antissindicais por parte do Centro Universitário UniBrasil, instituição onde leciona há 20 anos. Para o sindicato, a universidade tem retaliado Stein por sua atuação sindical com a redução de aulas e, consequentemente, seu salário.

Admitido no UniBrasil em 2000, o professor é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre e doutor em Educação também pela UFPR, Stein foi um dos cinco primeiros professores contratados pelo Centro Universitário para dar aulas na primeira turma do Curso de Direito, no qual foi professor titular da disciplina de Economia Política, durante 20 anos. Lecionou também nos cursos de Administração, Ciências Econômicas, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Sistemas de Informação, Ciências Contábeis, Serviço Social, Nutrição e Pedagogia. Além de docente, implantou e foi o primeiro coordenador do Cursos de Administração e de Ciências Econômicas, cargos que ocupou por tempo superior a 11 anos. Também foi Ouvidor do UniBrasil e membro de vários conselhos da instituição.

De acordo com o Sinpes, a medida em que aprofundava uma postura crítica em relação ao empregador passou a ver sua carga horária diminuir progressivamente. Stein participou da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e posteriormente passou a integrar a direção do Sinpes.

Em janeiro de 2016 ele lecionava 20 horas/aula semanais. Essa carga horária oscilou com viés de baixa a ponto de no primeiro e no segundo semestre de 2020 lecionar, respectivamente, 6 e 2 horas/aula por semana. Em 2021, mesmo depois de ter encaminhado expediente para a Reitoria do Unibrasil indicando inúmeras disciplinas em relação às quais possui aderência necessária para continuar lecionando, foi colocado na geladeira, com seu contrato de trabalho suspenso unilateralmente pelo empregador. Permanece vinculado pro forma ao Unibrasil sem ter recebido atribuição de lecionar nenhuma aula nem receber qualquer remuneração.

Impedido de desempenhar suas atividade sindical pela supressão injustificada de seu trabalho, Stein ajuizou ação trabalhista em que pleiteia o restabelecimento de sua carga horária e de sua remuneração, a fim de que possa continuar a exercer suas prerrogativas de dirigente sindical.

O Sinpes informou que prepara um dossiê sobre as práticas antissindicais do UniBrasil, que será distribuído a órgãos de imprensa e mandatos parlamentares. “Sempre fui atuante em defesa dos empregados do UniBrasil. Minha participação na CIPA incomodou bastante os gestores. E quando entrei para a diretoria do Sinpes a redução da carga horária foi se acentuando ano após ano”, comenta Stein.