Bolsonaro efetiva o general interino que era ministro de fato

Pazzuelo já comandava a pasta desde a saída do ex-ministro Nelso Teich





O ministro Eduardo Pazuello elogiou a estratégia de testagem do Paraná. Foto: Rodrigo Félix Leal

Este Porém.net já havia dito em 24 de julho para o leitor não se enganar, pois o general general Pazzuelo já era o ministro da Saúde de fato. Época em que o “interino” era recebido com honra e glória pelos bolsonaristas e Rafael Greca (DEM), prefeito de Curitiba, e por Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná e fiel escudeiro do presidente Jair Bolsonaro entre os governadores. Agora, três meses após assumir o posto sem confirmar que tinha assumido, o general Pazzuelo foi alçado ao mais importante cargo da nação – ou não – no meio da pandemia de covid-19. A cerimônia de posse está marcada para essa quarta-feira (16).

Quando dissemos que Pazzuelo era o ministro de fato, o argumento se sustentava nas revelações de que sob o seu comando, o Ministério da Saúde ignorou as recomendações para fazer o isolamento social e o alerta para a falta de insumos, mantendo como prioridade a recomendação da cloroquina, como queria Bolsonaro.

Para este Porém.net, era um equívoco jornalístico e político chamar Pazzuelo de ministro interino ou reclamar que “o Brasil está há 70 e tantos dias sem ministro” só porque Bolsonaro não tinha dado uma canetada no Diário Oficial. Agora, ela veio.

E se em junho, o interino tinha na bagagem mais de 2,2 milhões de contaminados e mais de 84 mil brasileiros mortos no seu “cartel”, agora como ministro da Saúde de fato, são 4,34 milhões milhões de contaminados e 132 mil mortes. Pazzuelo definitivamente foi promovido ao cargo de ministro/político mais incompetente no combate ao covid-19.

Pazzuelo foi recepcionado pelo prefeito de Curitiba e governador do Paraná no momento em que estado vê surto de contaminações e mortes. Foto: Rodrigo Félix Leal/Aen

Prefeito e governador bolsonaristas aprovam ministro

Claro que ele não concorreu ou chegou ao posto sozinho. O antigo novo ministro da Saúde contou com apoios importantes como do prefeito de Curitiba que “adulterou” a classificação das bandeiras, liberando atividades não essências na bandeira amarela, manteve a cor mesmo com o aumento da contaminação e das mortes e, embora tenha “recuado”, adotando a bandeira laranja, na prática, o sabor é praticamente verde.

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Outro apoio importante para a alta dos números veio do governador Ratinho Junior, aquele que apostou na cloroquina para tratar os infectados pela covid-19. O governador, quando o estado viu crescer os casos de contaminação e mortes, decidiu flexibilizar o decreto de isolamento social, aumento a exposição viral, justamente nas regiões em que a situação era mais grave. Este site registrou: “Paraná bate recorde de mortes e contaminação e Ratinho Junior toca o fo*&%$“.

Agora, como ministro definitivo da Saúde, os militares ocupam mais uma pasta em um governo que encarou a pandemia como gripezinha.